El Calafate e o Glaciar Perito Moreno
cidade de El Calafate enche os olhos. Tudo lá é lindo e parece que foi construído sob medida ao gosto do turista. O centro é pequeno, mas cheio de lojinhas e restaurantes bem decorados. As ruas são largas e bem arborizadas, com calçamento ao invés de asfalto, o que as torna mais aconchegantes. É claro que é uma cidade cara, afinal como dissemos, tem o turismo nas veias e cresceu com ele. Se há dez anos era um povoado com menos de 5 mil habitantes, hoje esse número cresceu para mais de 25 mil.
A cidade possui ainda um anfiteatro, construído no ano passado e inaugurado esse ano na tradicional Festa do Lago, que reúne milhares de pessoas para assistir as apresentações de artistas conhecidos em todo o país. Ao redor do anfiteatro, muito verde em uma praça grande e muito bonita, vale um passeio.
Quem nos recebeu em El Calafate foi o Willy, que conhecemos através do Couchsurfing. Extremamente prestativo e excelente cozinheiro, nos tratou como reis. Willy segue a filosofia Straight Edge que, entre outras coisas, preza por valores de não violência, não consumo de álcool e outras drogas e respeito aos animais, portanto, vegetarianismo. É claro que passamos horas conversando sobre esses temas, além de música (hardcore em especial), que é sua paixão.
Conhecemos sua filha de 5 anos, seus pais, irmã, cunhado, sobrinhas… E jantamos um delicioso risoto em família. Todos nos receberam super bem e seus pais nos fizeram companhia no passeio ao Perito Moreno.
O glaciar Perito Moreno é uma das mais importantes reservas de água doce do mundo e faz parte da grande extensão de gelo que cobre parte da Argentina e Chile, o campo de gelo Patagônico Sul. O acesso é através do Parque Nacional Los Glaciares e o valor para brasileiros é de AR$ 150,00 por pessoa. A entrada do parque fica a aproximadamente 70km da cidade de El Calafate e é possível ir de ônibus ou excursões de turismo, mas nós fomos de carro com os pais de Willy. O clima não estava dos mais perfeitos, mas ainda assim pudemos aproveitar bastante.
Para ver o glaciar de perto foram instaladas passarelas onde se pode percorrer sem dificuldade e ter ótimas vistas. O piso das plataformas é vazado para que não fique escorregadio na época que costuma nevar. Dessa forma pode-se observar o chão abaixo de nós e confesso que fiquei desejando estar ali embaixo, pra mim seria mais interessante se eu chegasse ao glaciar através de uma trilha. Porém depois de pensar um pouco, percebi que a estrutura pode ser muito boa, tanto para o parque quanto para as pessoas: para o parque porque ninguém sai da passarela e o solo abaixo de nós estava intacto, com a vegetação inteiramente preservada; e para as pessoas porque mesmo quem tenha alguma dificuldade de locomoção, ou idade mais avançada, tem a oportunidade de apreciar o majestoso glaciar. Além da passarela, o parque conta com um elevador, que leva diretamente ao mirante mais alto, aumentando ainda mais a acessibilidade e os ônibus do final da trilha até o estacionamento do parque são gratuitos. Dá gosto visitar um parque onde você consegue observar um destino para o valor que pagou na entrada.
O visual é espetacular, um bloco de gelo imenso que parece ter vida própria, terminando em um lago leitoso de cor esverdeada. São 5 quilômetros de largura e mais de 50 metros de altura acima do lago e vez ou outra um pedaço se desprende, causando um ruído estrondoso. É possível fazer uma caminhada sobre o glaciar, chamada Minitrekking, porém o valor de AR$ 1300,00 ficou pesado para os nossos bolsos e nos contentamos em ver de longe mesmo, o que já foi bem impressionante.