Chiloe: Visitando as cidades de Achao e Ancud

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hiloé estava nos fascinando com toda a sua riqueza cultural. Começamos a aprender um pouco mais sobre esse arquipélago, que apesar de chileno, se desenvolveu de maneira diferente do restante do país, é possível perceber isso de diversas maneiras: a arquitetura peculiar com as igrejas de madeira, as palafitas e as casas de tijuelas; os seus costumes particulares como o transporte de casas inteiras de uma ilha para outra (sim, isso existe por la e geralmente a ocasião é especial e comemorada com uma festa. Ouvimos de gente que viu e até participou, mas não é algo que acontece todos os dias, então é melhor não ir esperando ver assim tão fácil); as suas comidas como o alho e as batatas e seu típico Curanto; sua mitologia cheia de lendas e mistérios; além das diferenças naturais com sua vegetação e relevo particulares, sem a presente influência da Cordilheira dos Andes, como é o caso do restante do Chile. 

 No nosso terceiro dia na ilha, seguindo as sugestões de Ale e Sandro, tomamos um ônibus até a ilha de Quinchao, onde visitaríamos a pequena cidade de Achao. É muito simples chegar até a ilha, o ônibus sai a CHS 1.800,00 (cerca de R$ 8,00) e está inclusa a travessia em balsa, nem é preciso desembarcar.

O legal desse local é passear pela cidade, onde há outra igreja de madeira, que é Patrimônio Mundial pela UNESCO (infelizmente ela estava fechada e não pudemos visitar seu interior), caminhar pela costaneira e depois subir até um mirante onde, além da bela vista da cidade, se pode observar diversas outras ilhas menores ao redor. Dali mesmo é possível pegar o ônibus de volta e seguir até a cidade de Dalcahue, também muito interessante, com uma feira municipal grande e variada, porém como chegamos aí no final da tarde, a feira já estava fechada e seguimos direto para Castro novamente. Nossa intenção era na verdade seguir dali para Ancud, a última cidade que visitaríamos na ilha, mas como estávamos com poucos pesos chilenos, precisamos voltar para fazer câmbio em Castro. Aliás, se você for visitar a ilha, é bom saber que os principais serviços se encontram em Castro, especialmente casas de câmbio.

Chiloé - Vista da Praia em Achao

Chiloé - Praia em Achao

Chiloé - Igreja em Achao

Chiloé - Vista para a cidade de Achao e o mar

Chiloé - Vista do mirante para a cidade de Achao e o mar

Nesse dia, ao voltar do passeio, ficamos sabendo da erupção do vulcão Calbuco, nas proximidades de Puerto Varas, o que acabaria por nos obrigar a uma rápida mudança de planos, já que essa era uma das cidades que pretendíamos visitar, porém isso nunca foi um problema pra gente, porque vamos levando nossa viagem com o roteiro bem aberto, procurando não nos apegar a nenhum plano e estar sempre abertos para os imprevistos no caminho.

No dia seguinte nos despedimos de Ale e Sandro, mais uma vez com um aperto no peito e a vontade imensa de voltarmos a ver-los. Foram dias muito divertidos e sua companhia muito agradável, coisas que só presenciamos pelo Couchsurfing. Dali, fomos direto a Ancud, cidade mais ao norte da ilha.

Chiloé - Cidade de Castro - Couchsurfing

Passamos o dia conhecendo Ancud, fomos ao mercado municipal, a um pequeno forte e a um museu muito bacana, que conta a história da ilha e dos primeiros homens que viveram ali, seus costumes e seus sofrimentos diante de alguns desastres naturais, comuns na região como terremotos e maremotos. Em 1960 as ilhas (assim como boa parte do Chile) sofreu com um grande maremoto. Na época o estrago foi grande, muita gente morreu, muitas casas foram destruídas e, claro, as cidades ficaram um caos. Aos poucos tudo foi reconstruído e agora já não se percebem seus estragos fora do museu, mas sabe-se que muito de sua estética foi perdida na reconstrução. Nos museus é possível ver algumas fotos dessa época triste para os chilotas. O museu é bem interativo e a entrada gratuita.

Chiloé - Relógio no museu da cidade de Ancud

Chiloé - Museu da cidade de Ancud

Chiloé - Parte externa do museu da cidade de Ancud 3

Chiloé - Parte externa do museu da cidade de Ancud 2

Chiloé - Parte externa do museu da cidade de Ancud 1

Chiloé - Forte na cidade de Ancud

A cidade é bonita, como toda Chiloé, mas um dia nos bastou para percorrer os pontos principais, e assim já tomamos outro ônibus e fomos dormir em Puerto Montt, já no continente outra vez, nos despedindo desse arquipélago cheio de encantos e história. Recomendamos muito a visita, é uma ótima pedida para quem tem poucos dias, já que pode-se conhecer várias cidades e povoados em pouco tempo (o transporte é feito através de microônibus e balsas, é barato e funciona muito bem) e além da riqueza cultural, ainda tem diversas belezas naturais, dá pra explorar bem mais, nós fomos apenas aos pontos principais.

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