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Chegada a Ushuaia

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aímos de Florianópolis em um voo extremamente pontual das Aerolíneas Argentinas e chegamos a Buenos Aires às 23:40h. Lá  “dormimos” e saímos às 5:40h em outro voo pela mesma companhia que nos trouxe até Ushuaia. Esse segundo voo foi simplesmente mágico, saímos de Buenos Aires com o sol nascendo e viemos tranquilos até Ushuaia. Chegando aqui, o tempo estava excelente: com sol e com ótima visibilidade. Vou parar de tentar me explicar e ir direto ao ponto, as imagens falam por si só.

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Laguna Esmeralda – Parte 1

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hegamos ao aeroporto de Ushuaia com uma agradável surpresa do tempo: sol e nada de vento (contrariando tudo o que tínhamos lido sobre a cidade até então).  Caminhamos cerca de 4 quilômetros até o hostel que reservamos, Cruz del Sur, onde fomos muito bem recepcionados pela staff Carla, que abriu um sorriso quando dissemos que tínhamos reserva, já que nessa época todos os hostels trazem placas de lotado em suas portas.

O primeiro dia foi dedicado à finalização dos últimos detalhes para o lançamento do site e da página do facebook. Descansamos, organizamos as mochilas e deixamos tudo pronto para o dia seguinte.

Pela manhã de quarta saímos pela rua San Martín (o principal centro comercial da cidade) atrás de pilhas, lanternas, kit cozinha e calças impermeáveis, itens que ainda faltavam nas nossas mochilas. Compramos também alimentos para os próximos dias, já que iríamos acampar em um local isolado. Almoçamos no Bar Ideal, o mais antigo da cidade. A decoração é linda, cheia de bilhetes de pessoas do mundo todo que estiveram ali. O almoço foi caro, ARS 360,00 (aprox. R$100,00), mas os preços estão todos um pouco altos por aqui e essa foi nossa refeição especial de chegada.

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Laguna Esmeralda – Parte 2

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assamos um tempo contemplando a laguna e depois logo fomos procurar um local protegido do vento para acampar. No lugar perfeito estavam sentados três rapazes com um fogareiro aceso.

- ?Se van acampar?
– Sorry?
– Oh, are you going to camp here?

De Israel, os rapazes. Não iam acampar e logo começamos a montar nossa barraca e conversar com eles. Simpáticos, nos disseram que vão viajar até o México, com pouca grana e muita vontade. Elogiaram nosso inglês já que, segundo eles, os brasileiros não costumam falar outra língua. Antes de irem, nos deixaram o final do seu pacote de macarrão e alguns dentes de alho, agradecemos e eles se foram sem que antes perguntássemos seus nomes.

E ali ficamos, sozinhos com a laguna e a nossa barraca. Preparamos uma sopa, organizamos tudo e esperamos anoitecer, o que nessa época acontece perto das 23:00h por aqui!

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Parque Nacional Tierra del Fuego – Cerro Guanaco e Hito XXIV

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egamos uma van no terminal de Ushuaia por ARS 200,00 cada um, cerca de R$60,00, pela ida e volta até o parque. A maioria dos visitantes do parque, assim como na Laguna Esmeralda, faz a visita durante o dia, vai no início da manhã e retorna no final da tarde, como iríamos acampar já combinamos com a motorista um horário para nos buscar no mesmo local 4 dias depois. Os valores dos transportes aqui também são meio altos então vamos tentar evitar sempre que possível, mas como já estávamos próximos do final do dia e o parque fica a aproximadamente 25 km do centro da cidade seria meio inviável ir a pé ou tentar uma carona.

Chegamos ao Parque Nacional Tierra del Fuego no final da tarde, pagamos os ARS 100,00 de entrada cada um e fomos direto montar acampamento, preparar a janta e também deixar tudo certo para o próximo dia. No parque há quatro espaços reservados para camping, um deles é pago e possui uma estrutura mais organizada com mesas, churrasqueiras e espaço mais limpo. Os outros três possuem o espaço reservado, algumas lixeiras e o melhor banheiro químico que eu já vi na vida. Não vi se o banheiro do camping pago era diferente, mas o nosso aqui possuía separação entre o masculino e feminino e cada um continha: os vasos (obviamente), duas pias, papel higiênico, era iluminado, espaçoso e, pelo que vimos, era limpo de dois em dois dias.

No camping, um guarda-parque nos abordou e preencheu um “Permisso para acampar”, que nos daria direito de ficar ali por duas noites. Caso quiséssemos ficar mais, teríamos que pagar a entrada novamente. Ele também nos alertou sobre a presença de raposas, portanto deveríamos deixar nossa comida e lixo em local seguro. Penduramos o lixo em uma árvore, mas não sabemos como, no meio da noite, eis que recebemos a visita de um desses bichinhos que de alguma forma conseguiu alcançar o saco e fez um pequeno estrago. Ainda bem que era pouco volume!

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Parque Nacional Tierra del Fuego – Senda Costera, descanso e fogo

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 segundo dia no parque nacional foi dedicado à preguiça. A trilha do dia anterior tinha sido puxada e nossas pernas precisavam de um descanso. Como estávamos sem gás, fomos almoçar no restaurante do parque, onde comemos uma deliciosa pizza napolitana por um preço honesto, visto o alto valor das coisas por aqui.

Neste dia lemos, escrevemos, desenhamos e deixamos prontos os relatos dos últimos dias.

À noite, como o restaurante não funciona, decidimos preparar uma pequena fogueira para cozinhar a sopa para o jantar. Juntamos alguns gravetos e galhos pequenos que já estavam caídos no chão e montamos a fogueira em um local apropriado, já destinado pelo parque, próximo à nossa barraca. Foi ótimo!

Na manhã seguinte, como tínhamos pouca comida pronta e queríamos fazer uma nova trilha, acendemos novamente a fogueira e preparamos um macarrão logo cedo. Um italiano, ao ver o fogo, juntou-se a nós e aqueceu um pouco de água para seu café. Conversamos um pouco e trocamos dicas de locais para ficar, ele se foi e começamos a preparar as coisas para a trilha. Não demorou muito, uma guarda-parque apareceu, pediu nossos permissos de acampe (que estavam vencidos, mas já havíamos sido orientados que poderíamos pagar tudo na saída, então não houve problemas), ela também nos disse que não estava permitido fazer fogo. Ficamos com cara de culpados, mas estranhamos por haver locais próprios e avisos referente a isso nos guias do parque.

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Parque Nacional Tierra del Fuego – Final da Ruta 3

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o último dia de estadia no parque acordamos cedo, começamos a arrumar nossas coisas para partir, comemos algumas torradas e caminhamos para as últimas trilhas que faríamos ali. Deixamos duas trilhas curtas separadas, pois teríamos pouco tempo até a van retornar para nos buscar conforme tínhamos combinado.

Uma das trilhas passava por uma castoreira que ainda está em atividade, mas infelizmente dessa vez não encontramos nenhum castor enquanto passamos por lá. Os castores não são nativos dessa região, foram trazidos para cá pelo homem e acabaram causando um estrago enorme na floresta daqui, pois atingiram um tipo de vegetação que não sobrevive aos espaços alagados que eles produzem e também, na sua maioria, são árvores que não brotam após terem sido cortadas uma vez.

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O tranquilo glaciar Martial

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uando finalizamos nossa temporada de 6 dias de camping estávamos doidos para voltar ao hostel, tomar um bom banho quente, fazer algumas refeições mais completas e ter um lugar quentinho pra dormir. Enfim, o plano era passar algum tempo mais tranquilos, sem fazer nada muito pesado pra recuperar as energias, mas a Bruna simplesmente não consegue.

Chegando no hostel já agendamos o passeio de barco pelo canal de Beagle para o dia seguinte e conversando com outros brasileiros já encaixamos a subida do glaciar Martial também. E pensei comigo: “lá se foi nosso tempo de descanso”, mas até que tudo foi bem tranquilo.

Talvez o trekking do glaciar Martial seja o mais tranquilo pra se fazer em Ushuaia, o início dele fica a 7km do centro da cidade e a subida leva aproximadamente uma hora. Como estávamos em 4 pessoas (eu, Bruna, Gabriel e Vitória) decidimos pegar um táxi até o início da subida que nos custou ARS 25,00 (aprox. R$7,00) por pessoa. A subida inicia com uma trilha bem aberta até a estação de esqui, que agora no verão está fechada, passa por um pequeno trecho com um bosque e depois somente pedras e chão batido até o topo. Não é como uma caminhada no centro da cidade, mas comparado aos outros trekkings da região é o mais fácil.

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De veleiro pelo Canal de Beagle

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arco pequeno, barco grande, catamarã, muita gente, pouca gente, exclusivo, diferenciado, não-convencional, com caminhada, com café, com cerveja artesanal…

A região próxima ao porto de Ushuaia está cheia de casinhas que oferecem toda sorte de navegações pelo canal de Beagle. Ouvimos todas as explanações sobre o quanto cada um deles era imperdível e por fim, um veleiro. Um pequeno veleiro para dez pessoas, no más, que nos levaria pelo canal, passando por diversas ilhas e parando em uma delas para uma caminhada, foi o eleito.

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Paso de Las Ovejas – Lagunas Encantada e de los Tempanos

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ercorrer o “Paso de las Ovejas” era um plano que guardamos numa caixinha, no fundo da mochila. Queríamos muito fazer, pois poucas pessoas a percorrem, mas não tínhamos certeza se seria possível, já que não temos GPS e todos nos diziam que a trilha era um pouco complexa, com possibilidades de pegar caminhos errados.

Estávamos no hostel decidindo o que fazer, quando o português João nos disse que gostaria de fazer esse caminho também e, para nossa alegria, tinha um GPS! Ele, por sua vez, não tinha fogareiro e nós sim. Pronto, juntos tínhamos tudo o que precisávamos e em poucos minutos já estávamos preparando a rota e organizando os detalhes para a caminhada. Junto com a chilena Katy, formávamos um quarteto portunhol. Sabíamos que esse trekking iria exigir um pouco mais que os outros que fizemos, pois seriam três dias de caminhada árdua com a mochila completa com os equipamentos de camping nas costas, então procuramos pensar bem em cada detalhe, comprar a comida e o gás para que não faltasse (afinal, diferente do que nos aconteceu no parque nacional, ali não teríamos um restaurante para salvar a fome) e ainda organizar tudo de forma que as mochilas não ficassem tão pesadas, para isso, deixamos no hostel algumas coisas que não iríamos usar. 

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Paso de Las Ovejas – Laguna del Caminante e Cañadon de las Ovejas

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entou muito durante a noite e acordamos com chuva. Por algum tempo ficamos dentro da barraca, dormindo e pensando que talvez nosso passeio tivesse que terminar por ali. Mas lá pelas 10:00h a chuva parou e pudemos tomar um café, desmontar as barracas e seguir novamente.

Voltamos praticamente para o ponto inicial da trilha, atravessando novamente a ponte capenga e então pegamos o caminho mais à esquerda (não há nenhuma placa indicativa para essa trilha, aí é pelo olho e pelo GPS mesmo). O caminho era aberto, porém bastante enlameado, sempre com a companhia de cavalos selvagens nesse trecho. Antes que pareça algo irreal (unicórnios?), cavalos selvagens são exatamente iguais aos normais, são dóceis, tem o pêlo brilhante e a única diferença é que não possuem a marcação a ferro dizendo quem é seu dono.

Seguimos por essa trilha, Katy sempre carregando o mate a tiracolo, João de olho no GPS e Diego com a câmera e em certa altura paramos para almoçar em um ponto um pouco mais limpo. 

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