Psicodália 2017 – Dias 1 e 2
ansiedade já estava grande durante a semana do evento e quinta (dia 23) foi o dia de organizar tudo e conferir mais uma vez se não faltava nada. A Bruna tinha muitas coisas pra fazer da Caderneto e eu fiquei encarregado pela organização, depois ela apareceu com seu checklist salvador e me lembrou de mais algumas coisas.
Na sexta, acordei às 05:00h, preparei as caixas térmicas, separei algumas comidas que havia deixado pra última hora e comecei a carregar tudo. Depois conferimos o checklist mais uma vez, comemos alguma coisa e nos encontramos com Marquito. Saímos juntos de Jaraguá mais ou menos às 06:45h e chegamos na fila da entrada do festival perto das 08:00h.
Olhamos no GPS e faltava menos de 1km da entrada da fazenda até onde estávamos no final da fila naquele momento, achei pouco e mais tarde pude perceber que eu estava certíssimo. Chegar cedo foi uma das melhores escolhas que fizemos, conseguimos pegar um bom lugar para acampar e evitamos o stress das filas longas que iam atormentar quem chegasse à tarde e a noite naquele mesmo dia.
A equipe da organização do evento era bem grande, muitas pessoas atendendo e orientando quem estava chegando, mas ocorriam quedas no sistema e isso acabou atrasando o processo consideravelmente. Quando estacionamos o carro tivemos aquela ótima sensação: finalmente chegamos. Começamos a descarregar os carros e fomos procurar o acampamento de alguns amigos que haviam chegado ainda mais cedo, se o lugar comportasse todos, acamparíamos juntos.
Chegamos lá e vimos que havia espaço pra todos. A Zaira, o Gui, o Décio e a Denyse já haviam montado dois gazebos e suas respectivas barracas, chegamos e também montamos nossas barracas e nosso gazebo de lona preta guerreiro que, aos trancos e barrancos, aguentou até o último dia. Pra nós, que estávamos acostumados a acampar só com a barraca, estar com uma estrutura de 3 gazebos, 3 mesas, banquetas, caixas térmicas… Tudo isso era um “luxo”.
Como comentei no post sobre o Versos que compomos na estrada, nosso acampamento era bem perto da lagoa, um pouco distante dos palcos, da estrutura de banheiros e da praça de alimentação, mas a escolha desse lugar nos proporcionou uma vista bacana e sempre podíamos escutar quando começava algum show no palco alternativo que foi montado na entrada da lagoa, onde vimos algumas apresentaçoões muito legais, mas que não estavam na programação oficial do festival. Se a gente tivesse acampado em outro lugar, talvez tivéssemos perdido, Versos foi um deles.
Com o acampamento pronto, estávamos livres de todas as nossas responsabilidades, entramos no universo Psicodália e só voltaríamos à “vida normal” na quarta-feira, 5 dias depois. Meu plano para os próximos dias era um só: aproveitar o momento e não se preocupar com o amanhã.
Dito isso, a primeira coisa que fiz: brincar na lagoa. Fiz um bom exercício e me refresquei. Depois disso, senti fome e um pouco de cansaço, comi e fui cochilar. Simples assim. Todas as minhas decisões naquele período eram baseadas simplesmente em “o que eu estou com vontade de fazer agora?“.
Enquanto eu dormia, as pessoas fizeram pinturas pelo acampamento, eu acordei e o lugar estava redecorado, peguei a câmera, fiz algumas fotos e saí dar uma volta pra reconhecer o lugar. Caminhei um pouco e encontrei Grillo e Giulia que estavam chegando naquele momento. Guiei eles até o acampamento, eles foram me contando que já estavam exaustos por estarem há muito tempo na fila e pensei no quanto foi bom que tivemos a oportunidade de chegar bem cedo.
Um pouco depois eu e a Bruna fomos até o carro deles ajudar a descarregar suas coisas e no meio do caminho nos deparamos com um Maracatu empolgante vindo pela estrada e arrastando a todos. Esse foi um momento muito especial, a primeira boa surpresa do Psicodália pra mim. Me vi contagiado pelo som das alfaias, ganzás, xequerês e pela energia de todos que acompanhavam os músicos, desde os observadores que entravam na dança, até o pessoal do circo com perna de pau, bambolês e malabares, que deixavam o espetáculo ainda mais bonito. Essa era uma verdade que passamos a conhecer do festival: o público era peça fundamental e fazia por si só um show à parte, participando ativamente com muita alegria e criatividade! Nesse momento tive a sensação de estar cumprindo com o meu objetivo: isso era o que eu estava com vontade de fazer naquele momento.
Para a primeira noite de shows minha atração mais esperada era Sá & Guarabyra. Toda a história dos dois trouxe ao show um ar nostálgico, de muitas histórias pra contar. Esse mesmo sentimento seguiu com o show da Casa das Máquinas. Nesse dia, não vi nenhum show no Palco dos Guerreiros, mais ou menos na metade do show da Casa das Máquinas voltei pro acampamento e me juntei à Bruna, que já estava dormindo.
No segundo dia, acordamos com o sol esquentando a barraca. Passamos a manhã inteira e o início da tarde por volta do acampamento, conversando, comendo e bebendo. Foi um dia bem quente e muita gente veio para a lagoa, lugar onde aconteceu o primeiro show do dia: Léo Fressato, Uyara Torrente e Vinícius Nisi fizeram um pequeno show no palco alternativo na entrada da lagoa que comentei antes. O show estava muito bom, fomos assistir bem próximos ao palco e na música “Oração” (A Banda mais Bonita da Cidade) ocorreu uma queda de luz no festival inteiro e o show teve que ser interrompido, o que foi uma pena, mas as poucas músicas que tocaram já nos deixaram animados pelo que teríamos pela frente naquele dia.
O próximo show foi o da banda Grand Bazaar, um show empolgante e engraçado. Esse show também era uma das minhas expectativas e, com certeza, não fiquei decepcionado. Fora isso, muitas coisas aconteceram nessa tarde, mas já nos primeiros dias pudemos aprender que no Psicodália não se pode estar presente em tudo, são muitas coisas boas acontecendo todo o tempo em vários lugares diferentes. Nessa tarde, rolou até um casamento.
No final da tarde tivemos o show do Seu Celso no nosso acampamento. Mais um show que não estava na programação oficial do Psicodália. Depois fomos para o palco Lunar, onde naquela noite, teríamos os shows do Di Melo & Trombone de Frutas, Liniker e os Caramelows e Metá Metá.
Assisti os três shows e os três foram simplesmente sensacionais. Di Melo & Trombone de Frutas trouxeram um soul e uma animação gigante pra começar a noite com tudo, depois veio Liniker com toda a sua sensualidade mostrando que o sucesso repentino tem muito fundamento! Banda impecável, uma apresentação forte, que agitou um público sedento por representatividade. O palco Lunar fechou com Metá Metá trazendo o peso e força pra quem quisesse seguir pro Palco dos Guerreiros. Nessa noite, foi o que eu fiz.
O palco dos Guerreiros nessa noite começou com Orquestra Friorenta, um show cômico e animado e foi seguido por Charlie & os Marretas, igualmente animados e, puxando pro funk, seguiram colocando a galera pra cima. Mas pouco antes do final desse show o cansaço me bateu de novo e resolvi voltar pro acampamento, assim terminava o segundo dia do universo Psicodália.