- Diário de Bordo, Trekking

Laguna de los Cinco Hermanos

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uando começamos a pensar em um destino para o dia do aniversário da Bruna decidimos que teria que ser algo mais leve para que pudéssemos voltar ao hostel em tempo de conversar com os familiares e festejar com o pessoal daqui, mas ainda assim teria que ser algo belo, afinal de contas, eu tinha planejado um pedido de casamento, não poderia ser em qualquer lugar.

Quando Gabriel comentou sobre essa trilha que nos levaria a uma laguna pouco visitada e que tinha uma vista linda para a cidade e para o monte Olivia meus olhos brilharam, era essa. Ele nos fez um grande favor e foi nos buscar no hostel e nos deixou no início da trilha, tratou de explicar alguns detalhes e nos mandamos.

O início da trilha é muito similar com quase todas aqui da região, começamos passando por um bosque de lengas muito bonito. Depois do bosque, chegamos em um ponto onde podíamos ver uma bela cascata e se iniciava um campo mais aberto. A trilha até esse ponto não era difícil, era rasoavelmente demarcada e não era tão íngrime. Mas a partir desse ponto não havia muito caminho para seguir, então miramos o alto da montanha e começamos nossa “escalaminhada”, pois daqui pra frente o caminho se tornou bem mais íngrime e até agora não sabemos se pegamos o caminho errado ou se simplesmente era mais difícil mesmo.

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- Diário de Bordo, Trekking

Dois dias, duas cascatas

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ra sexta-feira e não pretendíamos dormir no hostel naquele dia. Não fizemos reserva, queríamos economizar e intercalar a hospedagem com camping tem se mostrado uma das formas mais eficazes de fazer isso.

Mandamos uma mensagem para o Gabriel pedindo uma indicação de bom local para camping e sua resposta foi “Los busco em media hora”, mais uma vez ele surpreendia com sua atenção e prestabilidade. Nos buscou e nos levou até um ponto na saída da cidade, cerca de um quilômetro depois do posto policial, na Ruta 3. Havia um mapa na entrada da trilha, explicando como chegar à Cascada de los Amigos, Gabriel ainda nos deu algumas instruções para que não nos perdêssemos, pois a trilha tinha algumas bifurcações.

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- Diário de Bordo, Filosofia, Trekking

A melhor trilha que não fizemos

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epois de conversarmos muito com Ale (dono do hostel e que também gosta muito de trekking) e com Gabi (nosso amigo argentino) decidimos que a última trilha seria a Sierra Valdivieso, porém faríamos um circuito diferente do convencional.

Nós começaríamos pelo final do circuito tradicional, iríamos subir as cinco lagunas e retornar pelo mesmo caminho, enquanto o circuito tradicional inicia mais a frente na Ruta 3, contorna a serra, desce as lagunas e finaliza no ponto onde começamos.

Minha expectativa para essa trilha era muito alta mesmo, todos que conheciam falavam muito bem, que a paisagem era linda demais. Ao mesmo tempo falavam que era um trekking bem puxado e que a trilha não era demarcada, ou seja, quem quer que fosse fazê-la, teria que se preparar bem.

Um dos motivos pra escolhermos esse circuito alternativo era porque tínhamos pouco tempo, enquanto o tradicional era feito em cinco dias, nós só tínhamos três dias disponíveis e seria relativamente mais fácil, mas não foi bem assim…

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- Dicas de viagem

Adiós Ushuaia, que te quedas bien

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shuaia é uma daquelas surpresas boas que a gente ganha da vida. Antes mesmo do avião pousar, já sentimos que gostaríamos do lugar. A vista das montanhas é espetacular e ainda mais lindo do que vimos em nossas pesquisas pré-viagem. Quando a gente vai viajar sempre fica aquele receio de que as fotos que vimos é apenas uma das vistas do lugar e o restante pode não ser tão bonito assim. Não é o caso de Ushuaia. Para todo canto onde se olha, há montanhas exuberantes salpicadas de branco, contrastando com as encantadoras construções coloridas. Estamos em uma cidade invernal e sabemos disso já no primeiro olhar.

Passamos um dia fotografando as casas, pois nos encantamos com a forma como são construídas. Não há um padrão, parece que cada uma tem uma personalidade e traz o gosto de seu morador. Os materiais são diversos, com destaque para a madeira e as chapas de metal e é muito comum encontrar casas mistas, com vários materiais ao mesmo tempo, coisa que em nossa região não encontramos e é inclusive mal vista, pois o governo dificulta a liberação de construção e financiamentos para casas assim. Eu penso que a mistura de materiais de forma criativa, prezando aqueles que existem em maior abundância na região e aqueles que mais favorecem ao clima local pode ser uma boa alternativa de arquitetura sustentável, ao invés de simplesmente adotar o concreto de olhos fechados.

O mais bacana é que a cidade se concentra ao redor do porto e não é preciso ir muito longe para encontrar lugares absolutamente vazios, preenchidos apenas de natureza. Não se vê civilização, não se ouve nada além do vento e dos pássaros. Esse estar longe e estar perto ao mesmo tempo é fascinante.

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- Diário de Bordo, Navegação

Os pinguins de Magdalena

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 gente não podia passar pela Patagônia sem ver de perto esses bichinhos. Em Ushuaia o passeio estava muito caro e ouvimos falar que em Punta Arenas seria mais barato, e é basicamente por causa deles que essa cidade entrou no nosso roteiro.

Foi bem fácil comprar o passeio pela internet, através do site da Comapa e realmente saiu bem mais em conta, pagamos CH$ 30.000,00 cada um (R$ 133,00), menos da metade que o valor cobrado em Ushuaia.

O passeio seria no sábado as 15:00h e saímos de Ushuaia ainda na sexta à noite, de carona com o Gabriel, a Marisa e a Mayra. A viagem foi demorada, porque quando chegamos ao Estrecho de Magallanes, tínhamos de atravessar com uma balsa que só sairia as 08:30h da manhã seguinte, ou seja, dormimos no carro aguardando o transporte. Foi bem tranquilo, minha única preocupação era que tínhamos feito reserva para aquela noite no hostel em Punta Arenas e lá não havia sinal de celular para entrarmos em contato e cancelar. 

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Circuito em Torres del Paine – Dia 1

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ia 1 – 23,5km – Sede Administrativa > Las Carretas > Paine Grande > Acampamento Italiano

Eram 07:00h na cabana aquecida do nosso Couch, Santiago. O despertador anunciava que era hora de começar a caminhar e dia já começou diferente quando comemos arroz, ovos e tomate em pleno café da manhã, para aguentar o tranco do que estava por vir, o grandioso Parque Nacional Torres del Paine.

As mochilas já estavam prontas desde a noite anterior, usamos o tempo que passamos na casa do Santi para organizar tudo, tirar o que não fosse necessário das mochilas e preencher o espaço com comida suficiente para dez dias.

Não eram 08:00h e já estávamos na rua principal, onde esperávamos que alguém que estivesse a caminho do parque nos desse uma carona. Foi rápido, nem 15 minutos e um simpático casal de espanhóis parou seu carro e gentilmente nos conduziu por 150km até o parque. Eles entrariam pela portaria sul, bem longe de onde pensávamos em começar, porém como faríamos o circuito completo, não importava muito por onde entrássemos, pois íamos dar toda a volta e sair no mesmo lugar. 

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Circuito em Torres del Paine – Dia 2

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ia 2 – 15km – Acampamento Italiano > Mirador Británico > Acampamento Italiano > Acampamento Los Cuernos

Depois de termos montado o acampamento meio as pressas na noite anterior acordamos mais tranquilos para começar a caminhada do segundo dia. Teríamos nesse dia as primeiras subidas mais íngremes do trajeto, mas nessa parte pudemos deixar as mochilas pesadas no acampamento onde dormimos e subir só com a mochila pequena com comida para o dia, água e as jaquetas corta-vento.

Nossa programação com os alimentos era inverter o café da manhã com o almoço porque em quase toda a rota que tínhamos planejado não teríamos local para cozinhar no meio do dia, pois também não é permitido cozinhar nas trilhas. Então geralmente comíamos macarrão, sopa e até mesmo feijão no café da manhã e deixávamos nossos sanduíches para o que seria o almoço. A comida que não precisava ser cozinhada (como as frutas secas, barras de cereal e os sanduíches já prontos) já estava organizada em sacos individuais com as porções corretas para cada dia. Essa dedicação nessa parte da organização também valeu a pena pois durante o caminho quando se está cansado, qualquer esforço poupado vale a pena e a Bruna mandou muito bem.

Tomamos nosso “café”, desmontamos o acampamento, deixamos as mochilas pesadas junto à casa dos guarda-parques e iniciamos os primeiros 5km subindo até o Mirador Britânico. Perto do meio do caminho temos um outro mirante que tem uma vista linda para o Paine Grande e o Glaciar del Francés. Ficamos um bom tempo apreciando a vista e de tempos em tempos, víamos pedaços de gelo desprenderem do glaciar e caírem em pequenas avalanches, fazendo um estrondo e arrancando diversos “ohhhh” dos presentes. Depois disso seguimos até o Británico. O caminho varia entre trechos com pedras beirando o rio que desce do glaciar e trechos de bosque, em cada parte mais aberta se tem um visual maravilhoso, ora para o Paine Grande no lado esquerdo, ora para os Cuernos no lado direito.

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Circuito em Torres del Paine – Dia 3

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ia 3 – 20km – Acampamento Los Cuernos > Acampamento Chileno > Acampamento Torres

Quando estávamos no acampamento Italiano, aproveitamos para fazer a reserva para o acampamento Torres, gratuito e o único que necessita reserva em todo o parque. Na manhã do terceiro dia então, desmontamos a barraca sabendo que este deveria ser nosso destino.

A trilha desse dia segue beirando o lago e nessa parte cruzamos com muitas pessoas, pois é um dos caminhos mais fáceis de percorrer para quem não quer fazer o circuito completo e até mesmo para quem passa apenas um ou dois dias no parque.

Foi um dia difícil porque meu tornozelo, que eu já havia começado a sentir no dia anterior, estava pior, tinha inchado e machucava muito com a bota. Sempre que parávamos e o corpo esfriava, precisava passar um tempo caminhando devagar, quase mancando e o mesmo ocorria quando passávamos por um caminho mais irregular. Era muito complicado, porque eu via que o Diego observava a cada grupo que nos “ultrapassava” com um sentimento dividido entre querer chegar mais rápido e ao mesmo tempo me ajudar de alguma forma.

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Circuito em Torres del Paine – Dia 4

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ia 4 – 23km – Acampamento Torres > Base de las Torres > Acampamento Chileno > Hotel las Torres > Acampamento Serón

Às 04:45h despertamos, queríamos chegar na base das torres às 06:15h no máximo e entre o acampamento e a base tínhamos uma estimativa de uma hora de caminhada, então era melhor acordar mais cedo e garantir do que perder o momento do nascer do sol. Ainda assim, a mesma chuva que havia começado na noite anterior persistia e não foi muito animador pra sair da cama.

Comemos só algumas frutas secas e partimos, não arrumamos nada na barraca, apenas pegamos a mochila pequena, as lanternas e saímos. A trilha não era difícil, mas fazer uma trilha que não se conhece, numa condição climática ruim e durante a noite não era uma missão nada fácil.

A trilha é razoavelmente íngreme, começa em um bosque e mais ao fim é de pedras que se estendem até a beira do lago na base das belas torres. Quando saímos do bosque e ficamos nessa parte aberta sentimos mais a chuva e o vento e o frio começou a bater.

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Circuito em Torres del Paine – Dia 5

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ia 5 – 18km – Acampamento Serón > Acampamento Dickson

Acho que foi no quinto dia de caminhada que começamos a sentir mais forte o efeito positivo das montanhas em nosso interior. Eu ainda sentia dor nos meus pés, Diego nas costas e ambos com pequenas dores por todo o corpo, mas parece que estávamos nos acostumando com isso, as mochilas começavam a ficar mais leves e já estávamos aprendendo a controlar nosso ritmo. Eu me sentia capaz de caminhar mais rápido e assim começávamos a aproveitar tudo o que passamos como um grande aprendizado.

O caminho do Serón até o Dickson é lindo demais, muito mais interessante que o do dia anterior (tirando o arco-íris nas torres, claro). Igualmente é mais íngreme e ainda assim arranca suspiros. A primeira grande subida nos deixa de costas para um lago azul profundo, cheio de tonalidades e quanto mais subíamos, mais bonita ia ficando a paisagem e mais vontade dava de subir. Começamos a brincar de “liberar mapas”, porque era como se de tempos em tempos, uma parte do mapa fosse liberada a cada parte da missão da caminhada que cumpríamos, como em um jogo.

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