Circuito em Torres del Paine – Dia 5
ia 5 – 18km – Acampamento Serón > Acampamento Dickson
Acho que foi no quinto dia de caminhada que começamos a sentir mais forte o efeito positivo das montanhas em nosso interior. Eu ainda sentia dor nos meus pés, Diego nas costas e ambos com pequenas dores por todo o corpo, mas parece que estávamos nos acostumando com isso, as mochilas começavam a ficar mais leves e já estávamos aprendendo a controlar nosso ritmo. Eu me sentia capaz de caminhar mais rápido e assim começávamos a aproveitar tudo o que passamos como um grande aprendizado.
O caminho do Serón até o Dickson é lindo demais, muito mais interessante que o do dia anterior (tirando o arco-íris nas torres, claro). Igualmente é mais íngreme e ainda assim arranca suspiros. A primeira grande subida nos deixa de costas para um lago azul profundo, cheio de tonalidades e quanto mais subíamos, mais bonita ia ficando a paisagem e mais vontade dava de subir. Começamos a brincar de “liberar mapas”, porque era como se de tempos em tempos, uma parte do mapa fosse liberada a cada parte da missão da caminhada que cumpríamos, como em um jogo.
Depois dessa primeira subida, começamos a caminhar pela lateral da montanha, costeando o belíssimo Lago Paine. Esse é um ponto de muito vento, inclusive indicado no mapa como tal. Mas o dia estava lindo e o sol brilhava intensamente, o vento não chegou a atrapalhar. Logo encontramos a placa que indica o término da propriedade privada que existe dentro do parque, o que significava campings mais baratos a partir dali.
Depois de algumas horas de caminhada forte, porém muito boa de fazer, avistamos abaixo o que consideramos o mais bonito de todos os acampamentos: Dickson. Era quase todo cercado pelo lago e com um glaciar ao fundo, já tivemos essa vista linda ainda da trilha. Dentro do camping, uma faixa de árvores fazia a proteção perfeita e não ventava.
Montamos nossa barraca e logo chegaram Maria e Francisco, que por coincidência tinham colocado a sua ao lado da nossa. Haviam mesas espalhadas pelo lugar e dividimos a que estava próxima para cozinharmos juntos. Em seguida juntaram-se a nós Ryan e Liz, americanos que já conhecíamos de vista das trilhas, mas que pudemos conhecer melhor naquela noite.
O céu estava estrelado e a lua completava o time celeste. Éramos 6 ao redor da mesa, conversando em espanhol e inglês alegremente (até fizemos uma vaquinha e compramos um vinho). Ficamos conversando até tarde, pois o dia seguinte seria um pouco mais leve, abrimos mapas e cada um mostrou sua rota, enfim, momentos muito bons que aos poucos iam tornando o trekking cada vez mais especial.