Circuito em Torres del Paine – Dia 1
ia 1 – 23,5km – Sede Administrativa > Las Carretas > Paine Grande > Acampamento Italiano
Eram 07:00h na cabana aquecida do nosso Couch, Santiago. O despertador anunciava que era hora de começar a caminhar e dia já começou diferente quando comemos arroz, ovos e tomate em pleno café da manhã, para aguentar o tranco do que estava por vir, o grandioso Parque Nacional Torres del Paine.
As mochilas já estavam prontas desde a noite anterior, usamos o tempo que passamos na casa do Santi para organizar tudo, tirar o que não fosse necessário das mochilas e preencher o espaço com comida suficiente para dez dias.
Não eram 08:00h e já estávamos na rua principal, onde esperávamos que alguém que estivesse a caminho do parque nos desse uma carona. Foi rápido, nem 15 minutos e um simpático casal de espanhóis parou seu carro e gentilmente nos conduziu por 150km até o parque. Eles entrariam pela portaria sul, bem longe de onde pensávamos em começar, porém como faríamos o circuito completo, não importava muito por onde entrássemos, pois íamos dar toda a volta e sair no mesmo lugar.
Chegando ao parque já começamos a ter uma ideia das paisagens incríveis que veríamos e aumentou ainda mais a vontade de estar lá no meio, entre as montanhas. Eles nos deixaram no início da trilha e, com o mapa nas mãos, lá fomos nós dar os primeiros dos muitos passos que daríamos naquele lugar.
Ficando na portaria sul, onde é a administração do parque, você acaba tendo que andar uma trilha a mais e já começa acrescentando 16km de caminhada. Mais tarde descobrimos que esse é o roteiro oficial, onde realmente começa o circuito e ficamos felizes em termos feito dessa forma, mas naquele dia pareceu mais um trecho que atrasaria nossa estadia no parque.
As primeiras duas horas de caminhada são em terreno plano, com um pasto amplo e a vista das montanhas ao longe já surpreende. Chegamos ao acampamento Las Carretas no tempo estimado no mapa e paramos só para fazer um lanche rápido, já que esse não era nosso destino naquele dia e ainda tínhamos muito a percorrer. Depois do Las Carretas a trilha fica um pouco mais irregular, com pequenas subidas e descidas, mas ainda bem fácil. A vista do Rio Grey começa a complementar a paisagem nesse ponto.
Eu caminhava tranquilamente, procurando apreciar cada detalhe. Diego ia um pouco mais à frente, preocupado com o tanto que ainda tínhamos que caminhar. Nosso ritmo estava descoordenado e começamos a ficar estressados. Eu não entendia porque estávamos assim tão rápido diante de um lugar tão maravilhoso e ele não entendia porque estávamos assim tão devagar diante de um lugar tão desafiador. Procuramos manter a calma e seguir, ainda sem saber exatamente qual seria o ritmo certo a adotar.
Nesses primeiros trechos passamos por uma área gigante que foi atingida pelo incêndio de 2011/2012 no parque, pudemos sentir a batalha que está sendo para a natureza reconstruir o que nós devastamos. Há muitas placas alertando sobre a lei que proíbe fogueiras em todo o parque e a cada encontro com um guarda parques o mesmo aviso era repetido. A multa é de U$ 8.000,00 se o foco chegar a causar um incêndio e pode resultar em até 5 anos de cadeia. Vendo o estrago que esse último grande incêndio causou, sinceramente, parece pouco. De qualquer forma, a beleza do restante da paisagem e o pouco de verde que já está recuperado nos animaram durante todo o trecho.
A trilha seguiu por caminhos exuberantes, até que chegamos ao refúgio Paine Grande. Depois de horas caminhando, era ali que começava oficialmente nosso circuito. Decidimos que andaríamos ainda mais 7,5km até o acampamento Italiano, para recuperar um pouco do tempo que acrescentamos com a trilha até ali e também por ser um camping gratuito. Já estava ficando tarde e eu começava a concordar que apurar o passo era a melhor opção se quiséssemos chegar antes de escurecer. A trilha até o Italiano dura 2,5h e é relativamente leve, salvo o fato de já termos caminhado muito naquele dia.
Chegamos ao acampamento, nos registramos com o guarda-parque e fomos montar nossa barraca quando já estava escurecendo. Cozinhamos um macarrão e dormimos em segundos, tínhamos percorrido 23,5km logo no primeiro dia e estávamos exaustos.
Estou a espera da continuação do relato….rs
Vou daqui duas semanas, e não tinha pensado nesta possibilidade de começar pela portaria sul.
Pelas fotos o caminho parece ser muito bonito.
Parabéns pelo relato, belas fotos!
Olá, adorei o blog de vocês e esse é o meu destino e do meu noivo na nossa lua de mel.
Gostaria de saber se o mapa que usaram para fazer o circuito “O” é o mesmo do circuito “W”, pois não consigo encontrar o mapa do O em lugar nenhum.
Vamos pegar um voo direto do RJ para Punta Arenas, vocês acham que vale mais a pena ir de lá direto para o Parque ou passar em Puerto Natales antes?
Um grande abraço.
Simone
Olá Simone, tudo certo?
Obrigado pelo elogio, ficamos muito felizes com cada feedback que recebemos aqui no site.
Sobre a dúvida do mapa, o circuito W faz parte do circuito O, ou seja, quando você faz o O, automaticamente faz o W junto. O mapa que você recebe na entrada do parque já possui a rota completa com todas as marcações dos campings e distâncias, esse mesmo mapa pode ser encontrado aqui: http://www.torresdelpaine.com/img/portada/mapaPAINE.jpg – Nesse outro mapa aqui você pode analisar as duas rotas demarcadas: http://mydestinationanywhere.com/wp-content/uploads/2014/11/Torres-del-Paine-Circuito-Trekking.jpg
Sobre a passagem em Puerto Natales, ela é opcional, caso você consiga um transporte de Punta Arenas direto para o parque pode pegar sem problemas. Nós passamos por lá porque fomos de carona e ficamos na casa de um amigo através do Couchsurfing, como carregávamos mais peso do que levaríamos para o parque a passagem por lá foi essencial para aliviar a bagagem.
Um abraço e uma ótima viagem para você e seu futuro esposo! :]