¿Acaso necesitan de personas para trabajar?

U

ma das coisas que gostaríamos fazer durante a viagem era achar um trabalho temporário pra poder baixar os custos e estender um pouco mais o tempo que passaríamos viajando. Até então não havíamos tido nenhuma oportunidade e também não tínhamos procurado muito. Mas aqui em Puerto Natales estávamos decididos a mudar essa história.

Depois do passeio na pinguineira e dos valores altos na entrada e nos campings do Torres del Paine ficamos até meio assustados com o quanto tínhamos gastado, então tivemos que correr atrás do prejuízo.

Demos uma passeada pela cidade, procurando cartazes com vagas, compramos o jornal local, perguntamos para alguns conhecidos, mas não tivemos muito sucesso nessa primeira tentativa. Em alguns casos se precisava de pessoas com experiência, em outros queriam registrar e então precisávamos ter uma espécie de visto de residência chilena, em outros queriam empregados fixos e não temporários, enfim, as coisas não estavam se encaixando.

Bruna já estava disposta a deixar isso meio de lado e seguir para a próxima cidade, afinal de contas não íamos passar nenhum perrengue gigante, apenas encurtaríamos um pouco a viagem ou algo do tipo. Mas eu queria tentar um pouco mais, a ideia de trabalhar durante a viagem realmente me atrai muito, me parece que se pode ter uma outra experiência de imersão no local e o contato com as pessoas também muda.

Decidi que tiraria um dia pra ir de porta em porta em todos os hostels que encontrasse e perguntar se precisavam de gente para trabalhar. Saí cedo da casa de nosso amigo Santi e fui caminhando sem destino. Em toda placa de hostel, hospedagem, hotel eu entrava e pedia. Não tinha nada de Curriculum nem nada, nem mesmo os cartões de visita do site eu tinha levado, havia esquecido-os em casa.

Muitas pessoas me atenderam muito bem, algumas deram pouca importância, algumas pediam para que eu deixasse meios de contato caso surgisse algo falariam comigo, outras pediam pra voltar mais tarde e falar com o responsável que não estava presente no momento. De modo geral, nenhuma resposta positiva, mas isso mudou quando entrei no Hostel Shakana, um lugar bem caseiro onde falei diretamente com o dono do lugar que estava na cozinha com alguns hóspedes.

Ele disse que não tinha vagas para um trabalho assalariado, mas que se eu quisesse me voluntariar e ajudar com alguns serviços gerais do hostel eu poderia armar a barraca no pátio do hostel e utilizar todos os serviços como um hóspede normal. Isso já me atraiu muito, mas a ideia inicial era passar alguns dias com custo zero (ou até fazer uma grana a mais, claro), assim o trabalho era bem menor, mas ainda teríamos que gastar com comida. De qualquer forma fiquei muito contente com a resposta dele e disse que voltaria mais tarde ou no outro dia para dar o parecer final, pois afinal de contas tinha que conversar com a Bruna também.

No caminho de volta pra casa segui procurando em outros lugares, mas as respostas seguiam como as que comentei mais acima, já era uma época complicada para estar tão ao sul, a alta temporada já estava praticamente acabando e o frio já estava começando a chegar, então obviamente as vagas de emprego temporário estavam se acabando também.

Quando conversei com Bruna ela não pareceu se animar muito, afinal de contas nós tínhamos uma estadia maravilhosa com Santi, os únicos problemas eram que era longe do centro e não tínhamos acesso a internet em sua casa, isso nos complicava para trabalhar com o site. Então era essa a decisão que teríamos que tomar, se o trabalho que faríamos lá compensaria essa dificuldade. Por fim, decidimos que valia a tentativa. Mesmo assim, Santi nos disse que não se importava nem um pouco se ficássemos por muitos dias em sua casa e se víssemos que era muito trabalho era só dar um toque e voltar.

No outro dia voltamos ao local para acertarmos os detalhes, vimos certinho o que teríamos que fazer e como era a estrutura do hostel, enfim, analisarmos se seria um bom custo x benefício. Acabou que no final das contas não valia muito a pena pra gente porque já não estávamos pagando hospedagem. O trabalho não compensava só pela internet e café da manhã. Não queríamos também prejudicar o dono do hostel que foi tão gente boa em nos oferecer a oportunidade, então trabalhamos por quatro dias antes de partir novamente para a casa do nosso amigo Santi.

Os dias que passamos lá foram muito bacanas, conhecemos muita gente nova, aprendemos muitas coisas, recebemos uma dica sensacional sobre o uso de internet nas bibliotecas públicas do Chile que ainda não sabíamos, o dono do hostel e o Ivan (outro cara da Bulgária que estava trabalhando como voluntário) eram gente boníssima, enfim, foi muito proveitoso mesmo. No último dia o dono inclusive nos ofereceu um trabalho similar para a temporada de inverno em Santiago, onde ele possui um outro hostel. Ficamos muito contentes com a proposta, significava que tínhamos feito um bom trabalho.

No final das contas foi uma experiência muito boa mesmo assim. Deu pra sentir um pouco de como é trabalhar num hostel, mesmo que por poucos dias, e também foi muito bom enquanto eu estava caminhando pela rua e batendo de porta em porta só com a cara e a coragem. Saber que se pode conseguir trabalho assim sem nenhum preparo me dá ainda mais segurança e confiança com relação a viagem e isso é realmente uma sensação muito boa.

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Comentários
  • Laura
    Responder

    oi Bruna e Diego adorei as fotos que lugares lindos. bjos.

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Puerto Natales - Laguna Sofia - Marco, Bruna e Santi na beira da lagoaPuerto Natales - Cabana do Santi - Foto da chegada_D