Roteiro em Valdívia: dos lobos marinhos às folhas de outono

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inham nos falado muito bem de Valdívia e ela entrou no nosso roteiro pelas indicações que ouvimos das pessoas que conhecemos ao longo do caminho. Parecia promissor, a feira fluvial, os parques e os fortes eram motivos suficientes pra gente fazer uma parada na cidade. E temos que dizer, valeu a pena!

Chegamos no final do dia, tentamos até o último momento conseguir um Couchsurfing, mas nada feito, a solução seria procurar um hostel. Tínhamos pesquisado antes e anotamos o endereço de dois deles (como já é baixa temporada, não fizemos reservas), a primeira tentativa foi um fracasso, fomos até o endereço e simplesmente não havia nenhum hostel ali, perguntamos em um restaurante por perto e o garçom informou onde era (um pouco mais distante) e disse que isso sempre acontece com esse hostel, o endereço deles está errado na internet. Bom, desistimos dele e fomos até o “Aires Buenos”, o que se converteu em uma grata surpresa porque era realmente muito bom! 

Chegamos e já fomos muito bem recepcionados pelo staff, que nos deu muitas dicas do que fazer na cidade, eles tem ainda uma pasta com roteiros completos, restaurantes, preços e informações variadas em inglês e espanhol, realmente nos impressionou. Além disso, desde que saímos de Ushuaia (lá ficamos no hostel Cruz del Sur), não tínhamos mais ficado em um hostel com aquele clima jovial e alegre que a gente sempre espera. Os quartos são amplos, a sala é super confortável e bem decorada, a cozinha é aberta a todos e tem até um pato de estimação, de manhã tem café com pães integrais e iogurte com frutas (também achei legal o staff ter perguntado se tínhamos alguma restrição alimentar para o café). Ah, o mais legal é que é um hostel com permacultura, então eles tem composteiras para os resíduos, separam o lixo e usam energia solar. A diária saiu 9.500,00 por pessoa no primeiro (cerca de R$43,00) dia e 7.500,00 no segundo (eles dão desconto a partir do segundo dia).

Decidimos que ficaríamos duas noites na cidade e o nosso roteiro foi assim:

Dia 1: Lobos Marinhos e a Feira Fluvial

Saímos do hostel e caminhamos pelo centro, visitando a plaza de armas e caminhando pela Costaneira. A cidade me lembrou um pouco a nossa querida Curitiba, com prédios históricos (é a quarta cidade mais antiga do Chile) e uma névoa fria e esbranquiçada cobrindo as ruas pela manhã, mas o que chamou atenção mesmo foi a Feira Fluvial. Os lobos marinhos ficam na água esperando os restos que os pescadores lhes dão depois de limpar seus peixes. Eles são enormes, fotogênicos e não se incomodam nem um pouco com as pessoas olhando pra eles, estão muito mais preocupados em comer e depois ficar tomando banho de sol.

A própria feira também é uma atração em si só, super variada em frutas, verduras, mariscos e peixes, além de pães, queijos e até livros usados. A gritaria dos vendedores atraindo os fregueses para suas barracas e os músicos tocando violão e acordeon completam a experiência multisensorial de sons, cores, aromas e sabores.

Valdivia - Centro da cidade

Valdivia - Vista para o rio e a feira fluvial

Valdivia - Feira Fluvial - Lobos e leões marinhos

Valdivia - Feira Fluvial - Variedade de frutas e verduras

Valdivia - Feira Fluvial - Variedade de vegetais e peixes

Valdivia - Feiras de artesanato

Valdivia - Passeio pela costaneira

Dia 1: O Jardim Botânico da Isla Teja

Depois do mercado municipal atravessamos a ponte para chegar até a Isla Teja, é pertinho e dá pra ir a pé, mas também tem ônibus a 600 pesos, para quem queira. Logo do outro lado do rio tem uma série de museus, mas no dia em que fomos estavam todos fechados. Seguimos então direto para o campus da Universidad Austral de Chile, que abriga o Jardim Botânico, foi muito fácil chegar, a cidade é bem sinalizada. No arredores da universidade há vários barzinhos e restaurantes bacanas.

O jardim é uma reserva muito bem cuidada, com bosques e áreas para caminhar ou simplesmente sentar e relaxar. A vegetação estava toda vestida de amarelo, vermelho e verde, as cores do outono que enchem os olhos. A entrada é gratuita.

Valdivia - Jardim botânico - O outono chegou

Valdivia - Jardim botânico - O outono chegou 2

Valdivia - Jardim botânico - Muitas cores

Valdivia - Jardim botânico - Diego

Valdivia - Jardim botânico - Diego e seu cabelo

Valdivia - Jardim botânico - Bruna no caminho

Valdivia - Jardim botânico - A grama e o céu

Dia 1: Piquenique no Parque Saval

Depois do Jardim Botânico, é possível caminhar um pouco mais e chegar no Parque Saval, a entrada custa 500 pesos (cerca de R$2,50). O parque possui lagoas, caminhadas e área para piquenique com mesas e bancos. É um lugar bem familiar e muito tranquilo, o legal de lá é relaxar, ir com tempo, levar um lanchinho e desfrutar a paisagem. Tempo perfeito para meditar sobre a viagem e tudo o que aprendemos até aqui.

Valdivia - Jardim botânico - Hora de alongar

Dia 2: Forte Niebla e Cervejarias Artesanais

No dia seguinte pegamos um ônibus até Niebla (aqui é um pouco mais longe, não dá pra ir caminhando) e chegamos ao Forte Niebla, que nos surpreendeu pelo seu tamanho e pelas lindas vistas do oceano.

Valdívia tem vários fortes, pois na época da colonização, fazia sua defesa através de um sistema de fortificações muito bem elaborado, impedindo assim que seus inimigos seguissem pelo canal de navegação que chega até a cidade. Boa parte de suas edificações foram destruídas pelo terremoto de 1960 (o mesmo que atingiu Chiloé), por isso hoje algumas partes são originais e outras restauradas.

Esse é o maior forte, conta ainda com um museu e a entrada é gratuita, segundo o staff do hostel, há outros abertos à visitação, mas são menores, menos atrativos e cobram entrada.

Falamos em cervejarias artesanais, né. Então, realmente, depois do forte tínhamos a intenção de visitar algumas cervejarias, outro programa bem típico de Niebla, pooorém desde a noite anterior não estávamos nos sentindo muito bem. Começou com o Diego e depois que ele melhorou eu comecei a ficar mal, dores no estômago, cólicas e mal estar…Não dá pra ir numa cervejaria com o estômago embrulhado né, então nesse dia nos contentamos apenas com o forte e terminamos o passeio um pouco mais cedo, mas fica o registro pra quem estiver indo pra lá e estiver em melhores condições de saúde.

Valdivia - Fuerte Niebla

Valdivia - Fuerte Niebla com caminhos acessíveis

Valdivia - Fuerte Niebla - Farol

Valdivia - Fuerte Niebla - Entrada e vista para as ilhas

Valdivia - Fuerte Niebla - Bruna e seus amigos

Valdivia - Vista do Fuerte Niebla

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Mostrando 4 comentários
  • Roseli
    Responder

    O terremoto de 1960, não destruiu “algumas” casas. Leia abaixo.
    “Em 1960, Chile teve maior terremoto registrado na História. Tremor de 9,5 graus na escala Richter afetou a cidade de Valdívia, sul do país, e matou 5,7 mil pessoas.
    O Chile foi o cenário do maior terremoto registrado na História mundial. O recorde é o do terremoto de 9,5 graus na escala de Richter, ocorrido em 1960 na cidade de Valdívia, no sul do país. A catástrofe, que causou a morte de 5.700 pessoas, foi acompanhada de um tsunami que chegou às costas do Havaí, onde 61 pessoas morreram afogadas. As ondas chegaram às Filipinas, provocando a morte de 32 pessoas.”
    Ariel Palácios, correspondente,

    O terremoto de Valdívia teve réplicas ao longo de um ano inteiro. A atividade sísmica sem precedentes alterou a geografia de mil quilômetros quadrados do litoral chileno.

    • Diego Nunes
      Responder

      Olá Roseli! Tudo bem?
      Obrigado pelo seu comentário, ficamos sempre muito felizes com o feedback que recebemos.
      Nossa intenção ao utilizar a palavra “algumas” não foi minimizar o ocorrido, caso você tenha interpretado dessa maneira e isto tenha lhe causado um certo desconforto, pedimos desculpas. No texto em questão utilizamos o “algumas” apenas como contraponto à totalidade, pois não foram todas as estruturas que foram destruídas. Mas para evitar que essa interpretação aconteça novamente, alteramos o texto para “boa parte”.
      Novamente, obrigado pelo seu contato. Um grande abraço!

  • Camila
    Responder

    Boa noite, Diego! Estou indo para Puerto Varas com minhã mãe em agosto. Depois de ler sobre sua viagem a Valdívia, ficamos com muita vontade de conhecê-la. Você acha que vale a pena ir no inverno? Não sabemos falar espanhol, você acha que dá pra se virar bem igual em Santiago? Obrigada!

    • Diego Nunes
      Responder

      Olá Camila! Tudo bem?
      Valdívia é uma cidade linda, realmente vale a pena conhecer. Sobre ir no inverno, acredito que também seja uma boa opção, sim. Tanto na Patagônia quanto nas cidades mais ao norte, as paisagens e o clima mudam bastante, mas as experiências igualmente prazerosas. Sobre não falar espanhol, Valdívia é uma cidade relativamente grande e bem turística, então acho que vocês não vão ter grandes problemas, sempre dá pra se virar um pouquinho na mímica. :)
      Um abraço!

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