Monte Crista

A

subida do Monte Crista era algo que estava nos planos há algum tempo, já havíamos inclusive conversado com nosso amigo Glauco (mochilandosemfronteiras.com) para fazermos isso juntos, mas sempre fomos deixando pra depois sem nunca bater o martelo numa data.

Quando decidimos partir para a Patagônia e definimos o dia da ida, não teve jeito, tivemos que nos virar para encaixar a subida pois era algo que queríamos muito fazer antes de viajar. A ideia era até utilizarmos a subida como um exercício preparativo, como se fosse um treino para os trekkings de lá e um teste dos nossos equipamentos.

Procuramos nos manter bem preparados fisicamente durante o ano todo, mas com a decisão da data nos esforçamos ainda mais. Principalmente no último mês procuramos estabelecer uma rotina de exercícios bem ativa pois já tínhamos saído de nossos empregos e, consequentemente, teríamos um pouco mais de tempo para nos preparar. Mesmo com toda a correria de viagens de final de ano e definição dos últimos detalhes de documentação e equipamentos, sempre encontramos um espaço para inserir alguma atividade, desde pequenas caminhadas até trekkings de tirar o fôlego como esse em questão.

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No Monte Crista são 7 km de trilha para atingirmos o cume de 940 metros de altitude, eu e a Bruna nunca havíamos feito a subida, mas o Glauco já ia pela 5ª vez e foi nosso guia. Os relatos de quem já conhece o local enfatizam o alto grau de dificuldade da trilha, mas confesso que eu, tolo, não escutei. A mochila cargueira da Bruna ainda não havia chegado então tínhamos somente a minha e outra pequena para ela. Além de levar o equipamento de acampamento eu decidi forçar a barra no peso da mochila, queria testar os ombros para a viagem.

Resultado da brincadeira: cheguei no cume quase desmaiando e tive cãibras fortes nos trechos finais. Não que a subida tenha sido fácil para a Bruna ou para o Glauco, mas sofri mais pelo peso excessivo.

Obviamente essa também não é a época adequada para essa subida, só o fizemos pela proximidade da viagem não permitir esperarmos pelo outono. No verão sabemos que os animais peçonhentos são mais ativos deixando o trekking muito perigoso e o clima quente combinado com a umidade da região nos deixou sem fôlego em vários momentos.

Falando do local em si, a paisagem no topo é de tirar o fôlego e o decorrer da trilha é muito bonito. As escadarias de pedra dão seu toque especial durante a subida e, junto com alguns outros detalhes, contribuem para a mística do lugar. Passamos por riachos cristalinos diversas vezes e bem próximo ao topo há uma nascente, o que facilitou bastante nosso acesso a água. A região de vales é muito propícia para a formação de cachoeiras e temos algumas trilhas secundárias que levam a elas.

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Quando estávamos nos preparando para pegar uma delas para tomar um banho, o tempo começou a fechar e se formou uma tempestade, acabamos passando o final de tarde e toda a noite na barraca, o que foi ótimo para testá-la e ver que aguenta uma boa dose de chuva forte.

Pra finalizar, o lugar é sensacional e a trilha é belíssima, mas tem um grau de dificuldade elevado e não recomendamos fazê-la durante o verão. Também há vários caminhos secundários então sempre é bom ir com alguém que conheça bem o local para evitar problemas.

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El Chaltén - Trilha para Laguna de Los Tres - Bruna e as montanhas ao fundo