Laguna de los Cinco Hermanos

Q

uando começamos a pensar em um destino para o dia do aniversário da Bruna decidimos que teria que ser algo mais leve para que pudéssemos voltar ao hostel em tempo de conversar com os familiares e festejar com o pessoal daqui, mas ainda assim teria que ser algo belo, afinal de contas, eu tinha planejado um pedido de casamento, não poderia ser em qualquer lugar.

Quando Gabriel comentou sobre essa trilha que nos levaria a uma laguna pouco visitada e que tinha uma vista linda para a cidade e para o monte Olivia meus olhos brilharam, era essa. Ele nos fez um grande favor e foi nos buscar no hostel e nos deixou no início da trilha, tratou de explicar alguns detalhes e nos mandamos.

O início da trilha é muito similar com quase todas aqui da região, começamos passando por um bosque de lengas muito bonito. Depois do bosque, chegamos em um ponto onde podíamos ver uma bela cascata e se iniciava um campo mais aberto. A trilha até esse ponto não era difícil, era rasoavelmente demarcada e não era tão íngrime. Mas a partir desse ponto não havia muito caminho para seguir, então miramos o alto da montanha e começamos nossa “escalaminhada”, pois daqui pra frente o caminho se tornou bem mais íngrime e até agora não sabemos se pegamos o caminho errado ou se simplesmente era mais difícil mesmo.

Já nesse trecho mais limpo podíamos ter uma vista linda para a cidade e os montes ao nosso redor, o que nos deu um gás a mais para o restante da subida. Depois desse trecho descampado se iniciaram as (também tradicionais) pedras. Parece que pouquíssimos tipos de vegetação sobrevivem aos cumes gelados de Ushuaia.

Nesse trecho final já estávamos bem cansados, a caminhada leve se mostrou não tão leve assim. Acho que subestimamos um pouco a trilha e como estávamos com o equipamento completo para camping a subida foi um pouco mais longa do que esperávamos.

Levamos 3 horas e meia para avistarmos a belíssima laguna, mas valeu cada segundo da subida, com certeza. Parece que falamos isso pra todas as paisagens daqui, mas é verdade. Uma vez que chegamos no local esperado parece que todo o cansaço dá lugar ao êxtase de contemplação do destino.

Depois de passarmos um tempo apreciando a paisagem comecei a procurar um bom espaço pra montar a barraca. Isso também se mostrou uma tarefa surpreendentemente difícil, pois praticamente não haviam lugares sem pedras e com uma proteção rasoável para o vento. Nossa barraca é excelente, mas um dos pontos negativos é que não se pode montar em lugares que não se pode fixar as estacas no chão (quase nem chega a ser um ponto negativo, pois várias barracas de alta montanha são assim, mas a maioria das barracas de formato iglu, por exemplo, não precisam ser fixadas). Acabamos encontrando um lugar plano e sem pedras, mas por garantia fizemos um “muro” de pedras ao redor da parte mais baixa da barraca para que o vento não nos prejudicasse tanto.

A noite veio, o pedido de casamento foi um sucesso e tivemos uma noite maravilhosa. A vista noturna da cidade e dos montes ao nosso redor é simplesmente demais pra explicar. A lua cheia também deu seu toque mágico para a paisagem. Com as luzes da cidade e mais a luz do luar num céu sem nuvens podíamos ver quase tudo como se fosse dia, foi realmente uma paisagem indescritível.

O dia seguinte amanheceu limpo como a noite anterior, praticamente sem nuvens e com um céu azul lindo, o que nos rendeu mais alguns bons cliques. Tomamos o café e começamos a descer. O caminho de volta foi mais rápido que a subida, pois a vista de cima nos permitiu fazer melhores escolhas de caminho na parte que não estava tão bem marcada e também pelo fato de descer ser relativamente mais fácil que subir, pois exige menos esforço muscular, porém força mais as articulações.

Terminamos com uma descida de duas horas até o início da trilha e caminhamos por mais 30 minutos até o ponto de ônibus mais próximo (o primeiro deste lado da rota 3, logo depois do posto policial). Aqui não se pode pagar a passagem do ônibus circular em dinheiro, somente com o cartão próprio para o transporte. Como não tínhamos tal cartão encontramos uma moça no ponto de ônibus que disse que faria a “transação” pra gente, entregamos o dinheiro pra ela (ARS 15,00) e ela descontou nossas duas passagens de seu cartão. O ônibus nos deixou a uma quadra do hostel, foi bom demais, bem melhor do que andar os 7 kilômetros de volta, pois nossos pedidos de carona nesse dia não estavam sendo muito eficientes.

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Mostrando 4 comentários
  • Giovana
    Responder

    Fascinante as fotos noturnas!
    Realmente um belo cenário para um pedido de casamento <3

  • Rael
    Responder

    Olá pessoal. Por acaso vocês gravaram o tracklog da trilha da laguna cinco hermanos? Se sim, teria como disponibilizar o arquivo? Irei com minha esposa em breve e gostaria de acampar lá também. Será que em junho a laguna já congelou? Abraços e boas viagens.

    • Diego Nunes
      Responder

      Fala Rael! Tudo certo?! Então, não temos GPS então vamos ficar devendo o tracklog. Mas dei uma pesquisada no Wikiloc aqui e encontrei algo que se parece com o que fizemos quando subimos, eis o link: http://www.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=8543924
      Sobre a laguna já estar congelada ou não, isso não sei te dizer, mas como falamos no relato, lá é um lugar que venta muito, então se você pretende fazê-lo no inverno prepare-se bem, pois vai fazer muito frio mesmo.
      Um abraço e até mais!

  • Rael
    Responder

    Valeu, Diego. Vamos descobrir lá se o clima vai ajudar ou não. Depois conto pra vocês.

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