- Diário de Bordo, Trekking

O tranquilo glaciar Martial

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uando finalizamos nossa temporada de 6 dias de camping estávamos doidos para voltar ao hostel, tomar um bom banho quente, fazer algumas refeições mais completas e ter um lugar quentinho pra dormir. Enfim, o plano era passar algum tempo mais tranquilos, sem fazer nada muito pesado pra recuperar as energias, mas a Bruna simplesmente não consegue.

Chegando no hostel já agendamos o passeio de barco pelo canal de Beagle para o dia seguinte e conversando com outros brasileiros já encaixamos a subida do glaciar Martial também. E pensei comigo: “lá se foi nosso tempo de descanso”, mas até que tudo foi bem tranquilo.

Talvez o trekking do glaciar Martial seja o mais tranquilo pra se fazer em Ushuaia, o início dele fica a 7km do centro da cidade e a subida leva aproximadamente uma hora. Como estávamos em 4 pessoas (eu, Bruna, Gabriel e Vitória) decidimos pegar um táxi até o início da subida que nos custou ARS 25,00 (aprox. R$7,00) por pessoa. A subida inicia com uma trilha bem aberta até a estação de esqui, que agora no verão está fechada, passa por um pequeno trecho com um bosque e depois somente pedras e chão batido até o topo. Não é como uma caminhada no centro da cidade, mas comparado aos outros trekkings da região é o mais fácil.

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Parque Nacional Tierra del Fuego – Final da Ruta 3

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o último dia de estadia no parque acordamos cedo, começamos a arrumar nossas coisas para partir, comemos algumas torradas e caminhamos para as últimas trilhas que faríamos ali. Deixamos duas trilhas curtas separadas, pois teríamos pouco tempo até a van retornar para nos buscar conforme tínhamos combinado.

Uma das trilhas passava por uma castoreira que ainda está em atividade, mas infelizmente dessa vez não encontramos nenhum castor enquanto passamos por lá. Os castores não são nativos dessa região, foram trazidos para cá pelo homem e acabaram causando um estrago enorme na floresta daqui, pois atingiram um tipo de vegetação que não sobrevive aos espaços alagados que eles produzem e também, na sua maioria, são árvores que não brotam após terem sido cortadas uma vez.

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Parque Nacional Tierra del Fuego – Senda Costera, descanso e fogo

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 segundo dia no parque nacional foi dedicado à preguiça. A trilha do dia anterior tinha sido puxada e nossas pernas precisavam de um descanso. Como estávamos sem gás, fomos almoçar no restaurante do parque, onde comemos uma deliciosa pizza napolitana por um preço honesto, visto o alto valor das coisas por aqui.

Neste dia lemos, escrevemos, desenhamos e deixamos prontos os relatos dos últimos dias.

À noite, como o restaurante não funciona, decidimos preparar uma pequena fogueira para cozinhar a sopa para o jantar. Juntamos alguns gravetos e galhos pequenos que já estavam caídos no chão e montamos a fogueira em um local apropriado, já destinado pelo parque, próximo à nossa barraca. Foi ótimo!

Na manhã seguinte, como tínhamos pouca comida pronta e queríamos fazer uma nova trilha, acendemos novamente a fogueira e preparamos um macarrão logo cedo. Um italiano, ao ver o fogo, juntou-se a nós e aqueceu um pouco de água para seu café. Conversamos um pouco e trocamos dicas de locais para ficar, ele se foi e começamos a preparar as coisas para a trilha. Não demorou muito, uma guarda-parque apareceu, pediu nossos permissos de acampe (que estavam vencidos, mas já havíamos sido orientados que poderíamos pagar tudo na saída, então não houve problemas), ela também nos disse que não estava permitido fazer fogo. Ficamos com cara de culpados, mas estranhamos por haver locais próprios e avisos referente a isso nos guias do parque.

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Parque Nacional Tierra del Fuego – Cerro Guanaco e Hito XXIV

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egamos uma van no terminal de Ushuaia por ARS 200,00 cada um, cerca de R$60,00, pela ida e volta até o parque. A maioria dos visitantes do parque, assim como na Laguna Esmeralda, faz a visita durante o dia, vai no início da manhã e retorna no final da tarde, como iríamos acampar já combinamos com a motorista um horário para nos buscar no mesmo local 4 dias depois. Os valores dos transportes aqui também são meio altos então vamos tentar evitar sempre que possível, mas como já estávamos próximos do final do dia e o parque fica a aproximadamente 25 km do centro da cidade seria meio inviável ir a pé ou tentar uma carona.

Chegamos ao Parque Nacional Tierra del Fuego no final da tarde, pagamos os ARS 100,00 de entrada cada um e fomos direto montar acampamento, preparar a janta e também deixar tudo certo para o próximo dia. No parque há quatro espaços reservados para camping, um deles é pago e possui uma estrutura mais organizada com mesas, churrasqueiras e espaço mais limpo. Os outros três possuem o espaço reservado, algumas lixeiras e o melhor banheiro químico que eu já vi na vida. Não vi se o banheiro do camping pago era diferente, mas o nosso aqui possuía separação entre o masculino e feminino e cada um continha: os vasos (obviamente), duas pias, papel higiênico, era iluminado, espaçoso e, pelo que vimos, era limpo de dois em dois dias.

No camping, um guarda-parque nos abordou e preencheu um “Permisso para acampar”, que nos daria direito de ficar ali por duas noites. Caso quiséssemos ficar mais, teríamos que pagar a entrada novamente. Ele também nos alertou sobre a presença de raposas, portanto deveríamos deixar nossa comida e lixo em local seguro. Penduramos o lixo em uma árvore, mas não sabemos como, no meio da noite, eis que recebemos a visita de um desses bichinhos que de alguma forma conseguiu alcançar o saco e fez um pequeno estrago. Ainda bem que era pouco volume!

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Laguna Esmeralda – Parte 2

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assamos um tempo contemplando a laguna e depois logo fomos procurar um local protegido do vento para acampar. No lugar perfeito estavam sentados três rapazes com um fogareiro aceso.

- ?Se van acampar?
– Sorry?
– Oh, are you going to camp here?

De Israel, os rapazes. Não iam acampar e logo começamos a montar nossa barraca e conversar com eles. Simpáticos, nos disseram que vão viajar até o México, com pouca grana e muita vontade. Elogiaram nosso inglês já que, segundo eles, os brasileiros não costumam falar outra língua. Antes de irem, nos deixaram o final do seu pacote de macarrão e alguns dentes de alho, agradecemos e eles se foram sem que antes perguntássemos seus nomes.

E ali ficamos, sozinhos com a laguna e a nossa barraca. Preparamos uma sopa, organizamos tudo e esperamos anoitecer, o que nessa época acontece perto das 23:00h por aqui!

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Laguna Esmeralda – Parte 1

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hegamos ao aeroporto de Ushuaia com uma agradável surpresa do tempo: sol e nada de vento (contrariando tudo o que tínhamos lido sobre a cidade até então).  Caminhamos cerca de 4 quilômetros até o hostel que reservamos, Cruz del Sur, onde fomos muito bem recepcionados pela staff Carla, que abriu um sorriso quando dissemos que tínhamos reserva, já que nessa época todos os hostels trazem placas de lotado em suas portas.

O primeiro dia foi dedicado à finalização dos últimos detalhes para o lançamento do site e da página do facebook. Descansamos, organizamos as mochilas e deixamos tudo pronto para o dia seguinte.

Pela manhã de quarta saímos pela rua San Martín (o principal centro comercial da cidade) atrás de pilhas, lanternas, kit cozinha e calças impermeáveis, itens que ainda faltavam nas nossas mochilas. Compramos também alimentos para os próximos dias, já que iríamos acampar em um local isolado. Almoçamos no Bar Ideal, o mais antigo da cidade. A decoração é linda, cheia de bilhetes de pessoas do mundo todo que estiveram ali. O almoço foi caro, ARS 360,00 (aprox. R$100,00), mas os preços estão todos um pouco altos por aqui e essa foi nossa refeição especial de chegada.

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Chegada a Ushuaia

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aímos de Florianópolis em um voo extremamente pontual das Aerolíneas Argentinas e chegamos a Buenos Aires às 23:40h. Lá  “dormimos” e saímos às 5:40h em outro voo pela mesma companhia que nos trouxe até Ushuaia. Esse segundo voo foi simplesmente mágico, saímos de Buenos Aires com o sol nascendo e viemos tranquilos até Ushuaia. Chegando aqui, o tempo estava excelente: com sol e com ótima visibilidade. Vou parar de tentar me explicar e ir direto ao ponto, as imagens falam por si só.

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O que carregamos nas mochilas

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uitas pessoas nos perguntam como é que vamos conseguir colocar tudo o que precisamos para passar todo esse tempo longe em apenas duas mochilas, pois bem, nesse post vou tentar explicar mais ou menos como funciona isso.

Como já comentamos antes, passamos bastante tempo pesquisando quais eram os equipamentos ideais para esse tipo de viagem que estamos fazendo e tivemos que comprar praticamente tudo, com exceção de alguns poucos itens que já tínhamos de acampamentos anteriores. Se tratando de mochilão tudo precisa ser muito leve, de pouco volume e de secagem rápida, esses são os requisitos mínimos, a partir daí você deve ir adaptando ao seu estilo e ao local que você vai visitar.

Na Patagônia faz frio e venta muito, tivemos que nos preparar bastante com relação as roupas, mas tenha em mente que é inviável você levar aquele seu moletom quentinho ou o casaco de lã que a avó fez justamente pela questão do peso e volume que comentei. Todas as roupas que estamos levando são roupas técnicas, específicas para esse uso, geralmente temos pouco contato com os tecidos e materiais utilizados nelas no dia a dia, mas te garanto que são sensacionais, deveríamos usá-las mais. Em breve vamos fazer um post específico sobre os tipos de roupas e o chamado sistema de camadas que utilizamos nelas.

Com relação aos equipamentos eletrônicos também tivemos que dar uma adaptada nas coisas, compramos um computador menor e mais leve do que o que possuíamos e na parte de fotografia estamos levando apenas uma lente bem abrangente e uma câmera. Esperamos que com esses equipamentos consigamos deixar você atualizado e próximo da gente e dos lugares que estaremos visitando. Além disso, estamos levando nossos celulares e um leitor de ebooks. Eu gostaria de ter comprado um GPS já pra essa primeira viagem, mas a verba ficou curta.

Fora isso ainda temos todos os materiais de camping: barraca, sacos de dormir, isolantes térmicos, fogareiro, jogo de panelas, talheres e utensílios de cozinha, lanternas e por aí vai. Tudo isso foi comprado pensando em como ele seria encaixado na mochila. Uma regra que aprendi, principalmente depois da subida com peso extra no Monte Crista, é pensar várias vezes no que é realmente essencial, se não for, tire da mochila. Nesse tipo de viagem não podemos nos dar ao luxo de carregar coisas demais e que não serão utilizadas o suficiente para valerem o espaço e o peso ocupados.

Durante o decorrer da viagem vamos escrever mais sobre cada equipamento, onde erramos e onde acertamos nessa fase da preparação. Espero sinceramente que depois de tanta pesquisa tenhamos acertado bem mais que errado. Ah, e que fique claro: a Bruna ganhou os melhores equipamentos, eu sou realmente um gentleman.

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- Trekking

Monte Crista

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subida do Monte Crista era algo que estava nos planos há algum tempo, já havíamos inclusive conversado com nosso amigo Glauco (mochilandosemfronteiras.com) para fazermos isso juntos, mas sempre fomos deixando pra depois sem nunca bater o martelo numa data.

Quando decidimos partir para a Patagônia e definimos o dia da ida, não teve jeito, tivemos que nos virar para encaixar a subida pois era algo que queríamos muito fazer antes de viajar. A ideia era até utilizarmos a subida como um exercício preparativo, como se fosse um treino para os trekkings de lá e um teste dos nossos equipamentos.

Procuramos nos manter bem preparados fisicamente durante o ano todo, mas com a decisão da data nos esforçamos ainda mais. Principalmente no último mês procuramos estabelecer uma rotina de exercícios bem ativa pois já tínhamos saído de nossos empregos e, consequentemente, teríamos um pouco mais de tempo para nos preparar. Mesmo com toda a correria de viagens de final de ano e definição dos últimos detalhes de documentação e equipamentos, sempre encontramos um espaço para inserir alguma atividade, desde pequenas caminhadas até trekkings de tirar o fôlego como esse em questão.

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No Monte Crista são 7 km de trilha para atingirmos o cume de 940 metros de altitude, eu e a Bruna nunca havíamos feito a subida, mas o Glauco já ia pela 5ª vez e foi nosso guia. Os relatos de quem já conhece o local enfatizam o alto grau de dificuldade da trilha, mas confesso que eu, tolo, não escutei. A mochila cargueira da Bruna ainda não havia chegado então tínhamos somente a minha e outra pequena para ela. Além de levar o equipamento de acampamento eu decidi forçar a barra no peso da mochila, queria testar os ombros para a viagem.

Resultado da brincadeira: cheguei no cume quase desmaiando e tive cãibras fortes nos trechos finais. Não que a subida tenha sido fácil para a Bruna ou para o Glauco, mas sofri mais pelo peso excessivo.

Obviamente essa também não é a época adequada para essa subida, só o fizemos pela proximidade da viagem não permitir esperarmos pelo outono. No verão sabemos que os animais peçonhentos são mais ativos deixando o trekking muito perigoso e o clima quente combinado com a umidade da região nos deixou sem fôlego em vários momentos.

Falando do local em si, a paisagem no topo é de tirar o fôlego e o decorrer da trilha é muito bonito. As escadarias de pedra dão seu toque especial durante a subida e, junto com alguns outros detalhes, contribuem para a mística do lugar. Passamos por riachos cristalinos diversas vezes e bem próximo ao topo há uma nascente, o que facilitou bastante nosso acesso a água. A região de vales é muito propícia para a formação de cachoeiras e temos algumas trilhas secundárias que levam a elas.

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Quando estávamos nos preparando para pegar uma delas para tomar um banho, o tempo começou a fechar e se formou uma tempestade, acabamos passando o final de tarde e toda a noite na barraca, o que foi ótimo para testá-la e ver que aguenta uma boa dose de chuva forte.

Pra finalizar, o lugar é sensacional e a trilha é belíssima, mas tem um grau de dificuldade elevado e não recomendamos fazê-la durante o verão. Também há vários caminhos secundários então sempre é bom ir com alguém que conheça bem o local para evitar problemas.

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- Planejamento

Como planejamos nosso mochilão

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ma viagem é um projeto. Como qualquer projeto, para ser bem sucedido requer um pouco de disciplina e planejamento. A metodologia que cada um adota é muito particular e depende muito do roteiro e do tipo de viagem, não existe uma fórmula e isso a gente aprende logo que começa a ler sobre o assunto. Seguimos um padrão diferente da maioria por não termos prazo de término, mas achamos bacana compartilhar nossa linha de pensamento.

O planejamento começou quatro meses antes, em setembro, quando decidimos que iríamos para a Patagônia. Esse é o primeiro ponto: o destino.

Quanto podemos gastar é fundamental para definir as questões seguintes, então o segundo ponto é a grana. Já fazia algum tempo que nós tínhamos optado por uma vida mais simples e nos empenhado em guardar boa parte do nosso salário, então usamos essa grana e seguimos guardando tudo o que podíamos também durante o tempo de planejamento, isso inclui décimo terceiro, férias, trabalhos extras, enfim… Sem dar chance para o consumismo, tudo ia direto para a poupança e só saía de lá para a compra de equipamentos para a viagem.

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